The Only Exception
Sábado, 16 de Abril de 2011

capítulo 5. ♥

quero pedir desculpas a quem segue a fic, masé que não parei um único momento em casa. quem fala comigo por o blog pessoal, pôde perceber que demorava muito a responder e que era raro lá estar, pelo menos durante o dia. e também, graças ao facto de nunca ter tempo para estar em casa, não tinha imaginação. mas apartir de hoje, vai ser tudo igual: próximo capítulo, no próximo sábado. :)

e antes que comecem a reclamar, tenho a avisar que este capítulo é equivalente a DOIS (de tão grande ser). :c

a igreja dava as badaladas da 00:00h, todas nós pudemos ouvir enquanto estávamos na vila. iria agora começar a noite, isto é: para nós as 3, claro.

joyce: explica-me lá porquê que tu e o kevin deixaram de falar.

sim, era verdade: nós já não éramos o mesmo. costumam dizer que as pessoas têm a tendência de se afastar, quando percebem que há alguém próximo de mais, foi esse o meu caso. acho que no fundo tive medo da sua aproximação, e principalmente tive medo do que começava a sentir. deparar-me com ciúmes, não é a melhor coisa para fazer com que me aproxime mais dele. no fundo tinha medo de voltar a ser magoada, porque a ilusão já lá estava.

eu: nada. apenas nos afastamos, nada mais. - disfarcei.

brianna: brenda, tu e ele eram super amigos, achas que isso é normal ?

joyce: eu acho.

brianna: ai achas ?

joyce: yap - olhou para mim - ela percebeu o que já era notável à bastante tempo: ela está a começar a gostar dele, mas por medo, decidiu afastar-se.

brianna: quê ? finalmente tiveste a noção que existe mais que amizade ? – perguntou surpreendida.

eu: de quê que vocês estão para aí a falar ? - tentei disfarçar.

brianna: pelos vistos ainda não percebeu.

joyce: percebeu pois, não quer é admitir. mas ela própria já o demonstrou, acabando por se afastar dele.

se havia alguém que me conhecia bem, esse alguém era a joyce. também não seria por acaso, que era minha melhor amiga. mas às vezes, chega a ser constrangedor ter alguém que nos conhece tão bem, porque não nos deixa viver um pouco na ilusão e nas mentiras que nós mesmas criamos. podem dizer o que quiserem: que a ilusão é algo horrível de se sentir e que mentir não faz bem a ninguém, que isso não mudará em nada a minha forma de pensar. claro que uma mentira nunca é agradável, mas há vezes em que precisamos de nos agarrar a uma, nem que seja apenas para conseguirmos ser nós mesmas. eu tentava-o, só que a joyce nunca o permitia.

brianna: sabes que se gostas mesmo dele, ao afastares-te só vais fazer com que ele nem sequer lute por ti, não sabes ?

eu: lutar por mim ? brianna, ele ainda à 2 meses foi sair com uma rapariga qualquer ! e disse-me de caras que achava ter encontrado a rapariga certa, achas que ele fazia mesmo intenções de lutar ?

joyce: isso cheira-me a ciúmes.

eu: sim, senti ciúmes - admiti - mas será a última vez.

brianna: pois, é que realmente tem mesmo controlo nisso, num haja qualquer tipo de duvidas. - ironizou.

joyce: ninguém me tira da cabeça que ele sente algo por ti. não digo amor ou paixão, mas uma certa atracção sente, isso posso-te garantir. sabes bem que eu melhor que ninguém, consigo perceber quando há romance no ar.

sim, se havia alguém perita em relacionamentos era ela, não era por acaso que já tivera montes de namorados. uma qualidade da joyce, era a sua forma de olhar o mundo; olhava-o sempre ao mínimo pormenor, acabando por aperceber-se de coisas que mais ninguém se apercebia.

eu: não quero saber - menti - ele para mim não passa de um mero colega de dança.

brianna: que tu davas tudo para beijar.

eu: não quero falar nisso. - dei o assunto por terminado.

...

chegamos à festa, aquilo estava cheio, o que não era de admirar. vivíamos numa zona não muito grande, o que significava que naquele tipo de 'eventos' toda a gente se reunia. no fundo eu gostava disso, gostava de viver num sitio tão calmo, onde se conhecia quase toda a gente.

brianna: ui, que isto está a bombar. - disse já toda animada.

joyce: esta noite vai jurar - observou até ao mínimo pormenor os rapazes que lá se encontravam - vixxi, que isto ainda é melhor que uma grif: há muito por onde escolher. - desatou-se a rir.

dudu: maninha ! - chegou até nós.

eu: credo, que o rapaz está sempre em todos os sítios.

dudu: sabes como é que é. - riu-se.

brianna: raparigas e álcool, e cá está o nosso maravilhoso dudu.

dudu: álcool sim, miúdas não.

fiquei chocada ao ouvir aquilo vindo do meu irmão. em 16 anos, a frase « conhecer miúdas » era o que mais lhe saía da boca, e ele agora dizia que miúdas não ?

joyce: eu sempre soube que quem muito procura, pouco acha. contigo passou-se exactamente o mesmo: tantas raparigas conheces-te, que acabaste por encontrar a felicidade ao lado de um rapaz.

dudu: ah-ah-ah - fingiu rir-se - não é nada disso.

eu: então ?

dudu: não é miúdas, é miúda.

podia jurar que o tinha visto corar, mas deveria ser impressão minha. ele não se envergonhava com nada.

brianna: fiquei parva para a minha vida ! tu estás a namorar ?! mas a namorar mesmo ?

dudu: estou a namorar mesmo, e estou realmente feliz. - arranjou a franja.

eu: brinca ?

dudu: estou a falar a sério - sorriu - ela é perfeita - mordeu o lábio.

joyce: nossa ! muito amor no ar, num estou gostando disso. me dêem licença, que eu vou arejar !

brianna: eu vou contigo, para ver se encontro algum arejamento. - riu-se.

saíram da nossa beira. já estava habituada; onde havia rapazes, deixava de se ver a joyce e a brianna. no fundo elas eram parecidas, porque ambas gostavam de relacionamentos, nunca nenhum duradouro, mas gostavam.

eu: tu estás a namorar ? e não me dizias nada ? – dei-lhe um carolo – nunca mais te conto nada !

dudu: desculpa, mas é que nem sequer tinha pensado nisso.

eu: quem é ela ? – perguntei curiosa.

dudu: não conheces. só te posso dizer que é perfeita, e não falo só exteriormente – pareceu mais que estava a pensar, do que propriamente a falar comigo – aquele seu sorriso contagiante, o seu olhar doce e meigo, a sua voz … e sabes quando parece que nada se assemelha aquela pessoa ? por mais que tentes achar, não há ?

eu: yap. e isso tem um nome.

dudu: qual ?

eu: amor.

dudu: bebé. – gozou.

eu: deixa der estúpido – ri-me – tu estás apaixonado, meu caro irmão.

ele nada disse, só sorriu. era estranho ver o meu irmão assim, logo o meu irmão; o típico mulherengo, que de compromissos queria distância. e agora estava ali, assim: todo caidinho por uma rapariga e sem argumentos.

dudu: sabes quem é que também está aqui ?

por favor que não seja  o kevin, por favor que não seja o kevin, por favor que não seja o kevin.

eu: não, quem ? – esforcei um sorriso.

tentava ao máximo esconder o meu medo, deparar-me com ele seria tudo menos agradável. como era de esperar, eu sentia imensas saudades dele, porque na verdade se lhe deixei de falar, não foi por ele ter errado, mas sim por eu ter misturado as coisas, no fundo tinha sido eu a estragar tudo, eu e o meu medo.

dudu: o kevin.

bolas ! será que ninguém ouve os meus pensamentos ?

eu: boa – disfarcei – vou buscar uma bebida, venho já. – saí da beira dele.

fui até ao bar que se encontrava num canto, aquilo de bar não tinha muito, era mais uma rulote que outra coisa. festas no meio da praça, dava nisso. se não fosse contra bebedeiras, tinha-me enfrascado. ýaa, sempre fui dada ao dramatismo, mas eý, nunca disse que era perfeita ou que o meu feitio fosse dos melhores. pedi vodka de morango e sentei-me num banco que lá se encontrava. realmente, mais renegada que isso, era impossível.

sabes quando parece que o mundo pára e só existes tu mesmo ? eu estava em igual forma, observava toda a gente, mas não estava a prestar atenção em nada. acho que o nome exacto disso, é mundo paralelo. enquanto brincava com a palha da vodka, passava uma das minhas músicas preferidas, não deixei de sorrir ao saber que alguma coisa ali se estava a adequar ao meu estado de espírito.

senti alguém a tocar-me no ombro, automaticamente virei a minha cabeça nessa direcção, era a blair, quando a vi parecia que tinha acabado de perder uma data de quilos que se encontrava depositado nos meus ombros, foi um alivio perceber que era ela, e não ele.

eu: diz. – sorri.

blair: estás aqui sozinha ? – sentou-se ao meu lado.

eu: parece que sim – ri-me – e tu ?

blair: até à pouco estava acompanhada pelo meu namorado, mas ele teve que ir a casa, e como a mãe dele não simpatiza muito comigo, optei por ficar à sua espera – torceu o nariz – já viste o kevin ?

estremeci, não estava de todo à espera que ela falasse nele, aliás, é que ninguém tinha falado algo relacionado com ele, para ela puxa-lo para o assunto.

eu: não. ele está cá ? – fiz-me  de despercebida.

blair: yap. está aí com a fay, o colin e a grace.

qual delas seria a namorada dele ? a fay ou a grace ? mas também, que nomes mais feios. tanto uma como a outra !

eu: desconheço tal pessoas. – desvalorizei o assunto.

blair: o colin é o seu melhor amigo, a fay é a namorada dele e a grace a sua melhor amiga.

eu: então chama-se fay … - deixei escapar.

blair: hein ?

eu: nada, pensei alto de mais – disfarcei.

blair: brenda … - olhou séria para mim – não lhe faças isso, por favor.

não tinha entendido o seu pedido. não lhe fazia o quê ? e a quem ? será que ela andava metida na droga ? tadinha, tão nova e já com esse problema … ou seria o álcool ?

eu: desculpa, mas não entendi.

blair: anda comigo – levantou-se e esticou a mão.

agarrei-a e saímos dali, percebi logo para onde ela me levaria, conhecia aquele caminho, já o tinha feito, mas com um tempo diferente. chegamos aquela casa verde, que desde a primeira vez que a vi senti algo bastante confortante. entramos, e subimos então as escadas. perto do fundo do corredor, encontrava-se uma porta, no lado esquerdo. ela abriu-o, pensei em primeiro que fosse o seu quarto, mas mal abriu a porta, pude sentir pelo cheiro que aquele quarto não era o dela, mas sim o dele.

eu: o quê que estamos aqui a fazer ? - perguntei receosa.

blair: desculpa, mas foi ele que me pediu - olhou para mim - ele deve estar quase a chegar. - sorriu-me e fechou a porta, acabando por a trancar.

isto só podia ser para os apanhados ! hello ? câmaras, apareçam ! muito engraçados ! percebi que aquilo ia demorar algum tempo e a menos que quisesse partir uma perna, poderia saltar pela janela. sentei-me na cama e comecei a observar o seu quarto.

estar ali só me fez ter a confirmação, de que ele mexia mesmo comigo, se assim não fosse eu jamais estaria tão nervosa por sentir o seu cheiro, tão nervosa em saber que dentro de poucos minutos eu o iria ver novamente. comecei a ficar com frio, decidi então fechar a janela. para minha infelicidade, apercebi-me que me tinha esquecido do casaco em casa, sendo então, impossível não sentir frio, com aquela roupa. como eu estava ali trancada, a morrer de frio, decidi explorar o seu guarda-vestidos. encontrava-se perto da mesinha de cabeceira , era grande e estava bem organizado, notava-se que tinha bom gosto. escolhi um casaco, no meio de tantos. acho que de todos eles, aquele era o que eu mais gostava. tinha sido aquele o casaco que ele tinha usado, quando o conheci pela primeira vez. não deixei de sorrir ao pensar nesse momento. vesti o casaco, definitivamente notava-se a diferença. eu ficava a boiar dentro do casaco, mas tinha gostado realmente dele. senti o seu cheiro, quer dizer: ainda mais. encostei ligeiramente o casaco ao meu nariz, para puder inalar ainda mais aquele cheiro tão agradável e tão bem conhecido, por ele. ouvi a porta a abrir-se, quando fechou pude ouvir a sua voz a chamar por mim, eu olhei para trás, permitindo assim fitar o seu rosto.

eu: sim - disse para dentro.

ele: temos que falar.

eu: nós já estamos a falar.

ele: é, verdade. já estamos mesmo.

eu: óptima conversa kevin - levantei o dedo, num tentativa de lhe dar razão - precisamos repetir isso mais vezes. - caminhei até à porta.

ele: isto é sério, brenda.

eu: o quê que é sério ?

ele: esta situação.

eu: que situação ? - olhei para ele.

ele: isto de nem sequer falarmos - olhou para mim - eu fiz-te alguma coisa ? magoei-te ? ofendi-te ? - aproximou-se de mim.

não queria que chegasse tão perto de mim, porque sabia que muito provavelmente podia perder a lógica e fazer algo que me viesse arrepender. afastei-me e sentei-me na cama, tinha percebido que a porta estava trancada e não podia fazer nada para a abrir, a menos que o espancasse até à morte e lhe tirasse as chaves. pensando bem, até que nem é muito má ideia ... concentra-te brenda, não lhe vais fazer nada disso, tadinho. ele não tem culpa de mexer contigo, óh psicopata.

ele: diz-me, por favor. - sentou-se ao meu lado na cama.

das duas uma: ou ele queria mesmo irritar-me, ou então era inocente demais. levantei-me, mas em vão. ele puxou-me e fez-me cair no seu colo. era impossível tentar me debater, ele era muito mais forte que eu.

ele: brenda - puxou-me o rosto até ao seu - se fiz alguma coisa que te magoou, desculpa.

eu: não fizeste nada. aliás, ninguém fez.

ele: então porquê que deixas-te de me falar ?

eu: isso é tudo coisas da tua cabeça, eu estou de igual forma contigo.

ele: óh jura.

eu: juro.

ele: nos meus olhos - ergueu a minha cabeça, que teimava em estar para baixo - diz-me nos olhos que nada mudou entre nós.

olhei-o nos olhos. tinha os olhos castanhos chocolate, eram tal e qual a cor do seu cabelo. tinha as pestanas grossas e cumpridas, pretas. parecia tudo menos uma pessoa real. tudo nele tinha um toque de perfeição, estranho, não ?

perdi logo noção ao que deveria fazer enquanto o olhava nos olhos, mas ele também pareceu não se importar com esse facto, pois em momento algum me tentou acordar do transe em que eu me encontrava. aproximamos-nos inconsequentemente do rosto de cada um, decidi então quebrar o clima e sussurrei um « juro », se ele não estivesse tão perto de mim, certamente não o teria ouvido, de tão baixo que foi.

tinha acabado de mentir, mas para ser franca, não me preocupei minimamente com isso, não estava disposta a explicar-lhe que me tinha afastado, porque começava a gostar dele. ele sorriu e de uma forma bastante carinhosa abraçou-me, estava mesmo a precisar daquilo. não podia calcular, que um gesto tão simples pudesse ter tanto poder sobre uma mera pessoa. se o meu coração pudesse sair pela boca, aquele seria o momento certo para isso acontecer. nunca tinha sentido o coração a bater tão depressa, e ainda me fez mais confusão o facto de sentir coisas no estômago. apertei mais o abraço e pensei que seria fome, mas nem a ilusão consegue ser tão grande e lembrei-me de uma frase típica da joyce; « uma prova da paixão, não é o que o coração te diz ou a cabeça te faz ver, mas sim o que a barriga te faz sentir; borboletas. »

separamos o abraço, ele sorriu-me depositou-me um beijo na bochecha. eu sorri com o seu gesto e levantei-me do seu colo.

ele: esse casaco é meu. - riu-se.

eu: não - ri-me - era teu, agora é meu. - fiz-lhe uma careta.

ele: é o meu preferido - disse surpreendido.

eu: não te preocupes, eu cuido bem dele. - provoquei-o.

ele: eu não acredito ! - levantou-se e abriu a porta - eu nunca deixei que ninguém o toca-se.

eu: eu também não deixo que ninguém lhe toque, podes confiar. - desatei-me a rir.

ele: está bem - riu-se - não queres ficar cá a dormir ?

fiquei estupefacta a olhar para ele, e ele pareceu perceber o que eu estava a pensar, ao que franziu a sobrancelha.

ele: óh maluca, não é para isso que está a pensar - riu-se - é que já é tarde, e o meu pai levou o carro. e não vou deixar que vás sozinha para casa a esta hora da noite. podes ficar no quarto da minha irmã, que ela hoje não vem dormir a casa.

eu: sendo assim. aceito. - sorri - espera. a tua mãe não se vai importar ?

ele: a minha mãe não está cá, foi passar o fim-de-semana à minha avó, com o meu pai.

eu: hmm, então está bem. - ri-me.

isto era irónico: ao inicio da noite desejava não o ver, e acabo por ficar a dormir em casa dele, com o seu casaco. a ironia da vida, é lixada.

ps: a música que a brenda diz ser uma das suas preferidas, e que combina com o seu estado de espírito, é esta mesma.

quero agradecer à minha teletubbie winda, por me ter ajudado na escolha do casaco, do kevin ahah.

publicado por p;αndяαde. ॐ às 00:04
De ana marta a 16 de Abril de 2011 às 02:30
li todos os capítulos, e adorei! (':
beijinhos.

ps- qual é o tipo de letra, gostei?
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